Categoria
Teatro
Local
São Paulo, 2017

Três emissários da Convenção francesa viajam no inverno de 1798/99 para a colônia inglesa, a Jamaica, para ali organizarem uma revolta dos escravos: Debuisson, filho de Senhor de Escravos, Galloudec, um quase-branco, o intérprete e Sasportas, um negrx. Assim que estabeleceram as primeiras conexões, foram alcançados pela notícia de que Napoleão havia tomado o poder no dia 9 de novembro de 1799. Debuisson interrompe os preparativos. Acreditava estar agora sem o apoio do novo regime, trai seus companheiros Sasportas e Galloudec e os entrega a coroa Britânica.
É assim mesmo, os traidores passam bem quando os povos caminham no sangue. Assim está organizado o mundo e desse jeito não está bom.
Nossa Missão– Fazer Heiner Müller sem trai-lo é nega-lo
15 performers negrxs em cena: atorxs, músico, Dj/Diretor.
Textos, sons, imagens, texto-imagem
Outrxs autorxs, que confrontam, articulam, reafirmam.
Outras visões, outros paradigmas, uma narrativa outra.
Uma outra história precisa ser re-articulada, com outros saberes.
É necessário mudar quem organiza a cena.
É chegado o momento de alterar o narradxr e junto com elxs, a narrativa, assim como é preciso transformar a forma de contá-la.
É preciso dar voz aos mortos, as causas que os mataram estão vivas.
É preciso desinterditar o tempo e o futuro.
É preciso descolonizar-se Em legítima Defesa
Um jogo, Um olhar, Ubuntu.
EU SOU POR QUE NÓS SOMOS
TODXS POR TODXS.
Pois enquanto existirem senhores e escravos não estamos dispensados da nossa missão.